Deus se importa comigo?

Após nossos primeiros pais deliberadamente terem virado as costas para Deus e destruírem o seu relacionamento com ele, as primeiras palavras registradas por Deus para Adão foram: “Onde estás?”. Como Deus é onisciente (ele conhece tudo), essa foi uma pergunta retórica. Deus estava dando aos primeiros pecadores do mundo uma oportunidade de confessarem os seus pecados e buscarem o perdão divino. Quando eles se recusaram, Deus os castigou justamente, mas mostrou o seu amor ao homem caído, prometendo que, embora houvesse uma nova ordem mundial arruinada, enviaria um Redentor para resgatar o homem de seu desastre auto-infligido: uma promessa cumprida pelo Senhor Jesus Cristo, quem “veio ao mundo para salvar os pecadores” (1Tm 1.15; veja Gn 3.15).
O cuidado de Deus por seu povo, tanto como nação quanto como indivíduos, é visto como um fio de prata através do registro bíblico da história humana. Ele assegura a um dos salmistas: “Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; na sua angústia eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei” (Sl 91.14-15



Depois de Deus ter resgatado de modo miraculoso o seu povo da escravidão no Egipto, eles passaram quarenta anos vagando pelo deserto a caminho da terra prometida. Apesar de sua frequente rebelião, Deus proveu todas as suas necessidades. Algum tempo depois, eles foram lembrados: “estes quarenta anos o SENHOR, teu Deus, esteve contigo; coisa nenhuma te faltou” (Dt 2.7). Como disse outro escritor, quando eles “na sua angústia clamaram ao SENHOR, ele os livrou das suas tribulações” (Sl 107.6).
Repetidamente, os indivíduos testemunharam o cuidado infalível de Deus. Um crente próspero chamado Jó passou por um trauma terrível, incluindo a perda repentina de todo o seu rebanho, a morte de seus dez filhos em uma tempestade violenta, doenças horríveis e desfiguração que o tornaram irreconhecível. Tudo isso o levou a clamar: “O meu espírito se vai consumindo, os meus dias se vão apagando, e só tenho perante mim a sepultura” (Jó 17.1). Contudo, embora a sua fé tenha sido severamente abalada, ele nunca a perdeu, e confessou a Deus: “Vida me concedeste na tua benevolência, e o teu cuidado a mim me guardou” (10.12)
Um dos profetas de Deus assegurou aos seus ouvintes: “o SENHOR dos Exércitos tomará a seu cuidado o rebanho” (Zc 10.3), e o rei de Israel, Davi, cuja vida teve sérios baixos e grandes altos, testemunhou: “O Senhor é meu pastor” (Sl 23.1).
Quando pensamos no modo como às vezes tratamos Deus, o seu cuidado infalível por nós certamente é surpreendente. Não é de admirar que Davi pergunte: “que é o homem, que dele te lembres e o filho do homem, que o visites?” (Sl 8.4). Nunca seremos capazes de entender plenamente a resposta a essa pergunta, mas a verdade a que ela aponta deve nos encorajar a responder com gratidão a esta promessa: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus… lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.6-7).
Além disso, a Bíblia diz que a religião que é “pura e sem mácula, para com o nosso Deus” inclui “visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações” (Tg 1.27). Essa é a descrição resumida da Bíblia quanto à nossa responsabilidade de ajudar a atender às necessidades dos pobres, dos desprovidos, dos desprivilegiados, dos doentes, dos incapacitados, dos solitários, dos vulneráveis ​​e de muitos outros cujas necessidades são muito maiores que as nossas. Deus se importa, e nós também deveríamos nos importar.